REFLEXOS HISTÓRICOS: POR QUE UMA AULA DE ARTE?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18675/1981-8106.vol29.n61.p269-286

Palavras-chave:

Legislação educacional, Ditadura civil-militar, História do ensino de arte

Resumo

O artigo procura discutir em que momento, como e por que o ensino de arte, chamado educação artística, no período ditatorial civil-militar passou a fazer parte do currículo escolar de forma obrigatória. De cunho qualitativo e análise documental, o estudo utiliza diferentes tipos de documentos como depoimento de professora que atuou no período, leis, pareceres, resoluções, propostas curriculares que explicitam concepções dos legisladores e das equipes de trabalho que os elaboraram, bem como diretrizes para o ensino da educação artística. O período histórico investigado reflete necessidades políticas, sociais e educacionais reivindicadas pela população e a influência acentuada dos acordos estabelecidos entre o Ministério da Educação e órgãos norte-americanos. Levanta questionamentos sobre problemáticas apresentadas pela reforma educacional de 1971 e apresenta alterações na organização da educação básica. A pesquisa mostra que diferentes interpretações dos legisladores determinaram enviesamentos na compreensão do papel da Educação Artística no processo educacional, seu lugar no currículo e a formação do profissional que deveria assumir sua docência.

Biografia do Autor

Maria Betânia e Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Doutora em Educação pela UFMG. Mestre em Educação pela UFPE. Graduada em Artes Plásticas pela UFPE. Professora da Graduação e Pós-graduação em Artes Visuais da UFPE. Departamento Teoria da Arte e Expressão Artística

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Publicado

2019-08-27

Como Citar

E SILVA, M. B. REFLEXOS HISTÓRICOS: POR QUE UMA AULA DE ARTE?. Educação: Teoria e Prática, [S. l.], v. 29, n. 61, p. 269–286, 2019. DOI: 10.18675/1981-8106.vol29.n61.p269-286. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/10860. Acesso em: 19 abr. 2024.