Identidades Imaginadas: Futebol e Nação na Crônica Esportiva Brasileira do Século XX.<br>doi: http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010v16n4p1061

Autores

  • André Mendes Capraro Departamento de Educação Física da UFPR, Curitiba, PR

DOI:

https://doi.org/10.5016/1980-6574.2010v16n4p1061

Palavras-chave:

Crônica esportiva. Literatura brasileira. História do futebol. Identidade nacional. Debate intelectual.

Resumo

A reflexão aqui proposta a respeito do futebol, manifesta por meio das crônicas literárias, foi periodizada em dois blocos históricos de acordo com as suas características e o contexto: o primeiro bloco ligado à sociogênese do esporte no Brasil, quando a crônica das primeiras décadas do século XX discutia a sua funcionalidade e representatividade na nova sociedade republicana. Tal embate teve seu desfecho logo após a popularização do esporte e o lançamento de um novo movimento literário, o Modernista. Já no segundo bloco histórico, o futebol se encontrava devidamente inscrito como elemento central da cultura brasileira, assumindo um papel de agente afirmador da identidade nacional. Nestes complexos cenários se estabeleceram questões fundamentais para o entendimento das tensões que envolveram o futebol e a literatura: quais foram as relações de força no campo literário brasileiro manifestas nas crônicas sobre o esporte? Evidentemente, tais relações, via crônicas, explicitariam a presença de um contexto social mais amplo ao mesmo tempo em que dariam indícios da personalidade literária de alguns escritores de renome nacional gerando, secundariamente, as seguintes questões: quais os limites artísticos de um gênero literário preso ao cotidiano? Como se processou o debate intelectual acerca da função social do esporte no campo literário? Como poderiam ser pensados os momentos históricos de construção de modelos explicativos, legitimados pelo esporte e sua respectiva literatura? Objetivou-se assim, primariamente, buscar os indícios necessários à compreensão do significado sócio-cultural destes posicionamentos e “diálogos” estabelecidos nas crônicas futebolísticas. Partiu-se da hipótese central de que, como figuras públicas, os literatos necessitavam estabelecer relações de força visando respaldá-los dentro do campo literário/intelectual. Tal hipótese foi confirmada, pois o poder simbólico gerado pela produção artística permitiu que estes literatos pudessem criar e reproduzir sua própria concepção de mundo. Ora na tensa disputa entre os escritores no início do século, cujo debate girava em torno da assimilação de hábitos e costumes europeus e a concepção de um ideal de civilidade; ora na consensual e hierárquica configuração estabelecida a partir das formulações de Gilberto Freyre, no segundo momento pesquisado.

Biografia do Autor

André Mendes Capraro, Departamento de Educação Física da UFPR, Curitiba, PR

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (1997), graduação em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná (1999), mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná (2002) e doutorado em História pela Universidade Federal do Paraná (2007). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Paraná e coordenador do Centro de Memória do Departamento de Educação Física na mesma instituição. Também é parecerista de revistas científicas nas áreas de Educação Física e Ciências Humanas, líder de equipe da NPO Global Sports Alliance e avaliador de curso de graduação (SINAES). Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase na relação entre Ciências Sociais e o Esporte. Pesquisa atualmente os seguintes temas: história do futebol; literatura esportiva; o conceito de esporte; memória, educação física e esporte; e a relação entre estética esporte. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7824777892204977

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Publicado

2017-11-08

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