ESTAR LÁ, SEM ESTAR: CONFLITOS NO PARQUE NACIONAL CAVERNAS DO PERUAÇU – MINAS GERAIS

Autores

  • Doralice Barros PEREIRA UFMG
  • Mariana França MUNGAI UFMG

Palavras-chave:

Parque Nacional. Conservação. Usuários. Interesses. Conflitos Socioambientais. Gestão.

Resumo

As Unidades de Conservação (UCs) geram espaços de contestações e conflitos, instituídos na grande maioria das vezes como decorrência da relação homem/natureza. Nelas, os níveis e propostas de intervenção se entrecruzam e despertam interesses, possibilidades e ganhos distintos. As reflexões aqui empreendidas objetivam entender melhor a (re)produção de parques nacionais brasileiros, suas representações, significações e práticas para e por distintos atores. Nessa (re) produção, lida-se com a vida de pessoas de origens e histórias múltiplas, cuja complexidade transcende o discurso e a prática científicos. Através de uma interpretação nunca acabada dessa realidade, as reflexões contam com bibliografias afeitas às relações homem/natureza, às UCs (usuários, interesses, conflitos socioambientais, conservação, apropriação, gestão), aos depoimentos dos atores entrevistados, além do registro de observações feitas durante reuniões dos movimentos sociais e entidades públicas. Ricas biodiversidade e sociodiversidade, face a um contexto de explorações e desigualdades, caracterizam o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no norte de Minas Gerais. A pesquisa aponta que os conflitos se acirrarão sobremaneira, pois não se vislumbra uma concórdia entre os múltiplos usos e significados do/para o Parque e seu entorno. Antes de sua abertura, prevista para 2007, já se anunciava uma mobilização de caráter profilático, favorável ao des-envolvimento das pessoas que passarão a conviver/sobreviver com valores e normas que demandam disposição individual à renúncia e à espera, num contexto de “conservação ambiental”. Palavras-chave: Parque Nacional. Conservação. Usuários. Interesses. Conflitos Socioambientais. Gestão. Abstract Protected Areas (UCs for Unidades de Conservação) generate a forum for pleas and conflicts; they are instituted, most of the times, as a result of the relationship between man and nature. Different proposals and levels of intervention interlace and awaken different kind of interests, possibilities and profits. The reflections undertaken here aim at a better understanding of the (re)production of Brazilian national parks, their representations, significations and practices for distinct players. The document deals with the lives of people from different origins and stories, whose complexity goes beyond the scientific speech and methods. Through an interpretation, though never completed, of this reality, the reflections count on bibliographies about the man/nature relationship, the UCs (users, interests, social/environment conflicts, conservation, appropriation, management), besides testimonies of the interviewed players and records of observations from meetings with the social movements and public entities. A rich bio- and social diversity, faces a context of exploration and differences that characterize the National Park “Cavernas do Peruaçu”, in northern Minas Gerais. The research outlines the different conflicts that will increasingly compete, because there is no effort towards an agreement between the multiple uses and meanings to the park and surroundings. Before its opening, foreseen for 2007, there are already announcements of a mobilization, of prophylactic nature, favorable to a non-engagement of the people who will start to coexist /survive with values and norms that demand the individual disposition to resignation and wait, in a context of "environmental preservation". Key-words: National Parks. Conservation. Users. Interests. Social/Environment Conflicts. Management. OLAM - Ciência & Tecnologia, Rio Claro, SP, Brasil – eISSN: 1982-7784 está licenciada sob Licença Creative Commons. Rio Claro / SP, Brasil Ano VIII Vol. 8 No.2, Janeiro - Junho / 2008 – RESUMOS

Biografia do Autor

Doralice Barros PEREIRA, UFMG

Professora do Programa de Pós-graduação do Instituto de Geociencias da UFMG. http://lattes.cnpq.br/0902990442915491

Mariana França MUNGAI, UFMG

Aluna do Mestrado em Geografia do Programa de Pós-graduação do Instituto de Geociencias da UFMG. http://lattes.cnpq.br/3636470682467154

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Publicado

2008-08-17