ENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM COMUNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Autores

  • Zysman NEIMAN Universidade Federal de São Carlos
  • Andréa RABINOVICI Universidade Federal de São Carlos

Palavras-chave:

Comunidades de Conservação. Envolvimento Sustentável. Educação Ambiental. Participação Comunitária. Áreas Protegidas. Gestão Participativa.

Resumo

Este ensaio discute dois níveis nos quais é possível a participação da sociedade na Gestão das Unidades de Conservação (UCs): o aumento dos laços afetivos dos visitantes, com uma conseqüente maior preocupação com a sua preservação, e a real participação da comunidade do entorno nas instâncias de tomada de decisões. Defende-se aqui que o envolvimento sustentável só se dará através do contato dirigido e intensivo com a natureza, que parece ser um forte agente para mudanças de comportamento em relação ao meio ambiente, desde que elementos motivadores possam estar presentes, assim como nossas áreas protegidas só se viabilizarão através do estabelecimento do que aqui convencionamos chamar de Comunidades de Conservação. A questão da participação comunitária, em todos os níveis é debatida criticamente, apontando-se para os equívocos das políticas públicas excludentes do Brasil, com o conseqüente afastamento das populações residentes no entorno das UCs e todos os problemas advindos dessa estratégia. O papel das ONGs também é apresentado, num cenário de união de forças em direção às parcerias possíveis entre sociedade civil organizada e poder público, no que se refere aos programas de uso dos recursos naturais das áreas protegidas. Gostar da natureza pode ser um sentimento afetado por representações sociais, o que reforça a importância de como será conduzido o contato com ela, através de Programas de Uso Público, principalmente de Educação Ambiental. Acredita-se aqui que, assim como se projeta o fim das UCs, pode-se pensar no fim das ONGs, na medida em que a sociedade tenha condições de se mobilizar, de atuar frente às questões, pactuar na tomada de decisões, assumindo o rumo de suas vidas e interesses, como verdadeiras comunidades de conservação. Palavras-chave: Comunidades de Conservação. Envolvimento Sustentável. Educação Ambiental. Participação Comunitária. Áreas Protegidas. Gestão Participativa. Abstract This article discusses two levels on the possibility of the participation of society in the Parks Management: the increase of visitors affective ties, with a consequent greater concern about its preservation, and real community participation in the environment around decision-making. The view here is that involvement will be sustainable only through directed and intensive contact with nature, which seems to be a strong agent for changing behaviour in relation to the environment, since motivating elements may be present. In the same way, our protected areas will only be established on what is conventionally called Communities of Conservation. The issue of community participation at all levels is critically discussed, pointing out to the public misunderstanding of the exclusionary policies of the Brazil, with the consequent exclusion of people living around the Parks and all problems arising this strategy. The role of NGOs is also presented in a context of union of forces toward the possible partnerships between civil society and government, in relation to the programmes of natural resource use of protected areas. The enjoy of nature can be a feeling affected by social representations, which stresses the importance of how it will be driven the contact with it, through Park's Public Use Plan, mainly in Environmental Education. It is believed here that, and is projected that the end of Parks could make one think at the end of NGOs too, to the extent that society is able to mobilize and act in the face of issues, agreeing in decision-making, assuming the course of their lives and interests, as real communities of conservation. Key Words: Communities of Conservation. Sustainable Involvement. Environmental Education. Community Participation. Protected Areas. Participatory Management. OLAM - Ciência & Tecnologia, Rio Claro, SP, Brasil – eISSN: 1982-7784 está licenciada sob Licença Creative Commons. Rio Claro / SP, Brasil Ano VIII Vol. 8 No.2, Janeiro - Junho / 2008 – RESUMOS

Biografia do Autor

Zysman NEIMAN, Universidade Federal de São Carlos

Doutor em Psicologia (tese em Educação Ambiental), teve passagem pelo Programa de Doutorado em Ciência Ambiental, é Mestre em Psicologia Experimental e Bacharel em Ciências Biológicas – todos pela USP. Professor da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, autor de vários livros sobre meio ambiente, entre os quais se destacam: Era Verde? Ecossistemas Brasileiros Ameaçados (ed. Saraiva/Atual); Ecoturismo no Brasil (ed. Manole); Meio Ambiente, Educação Ambiental e Ecoturismo (ed. Manole); Educação Ambiental e Conservação da Biodiversidade (ed.Manole); Pelas Trilhas do Ecoturismo (ed. RiMa) e À Sombra das Árvores: transdisciplinaridade e Educação Ambiental em atividades extra-classe (ed. Chronos). Coordena, desde 1987, trabalhos de Educação Ambiental, além de ter sido o redator do Tema Transversal “Meio Ambiente” dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental do MEC. Ministrou inúmeros cursos e palestras sobre a temática ambiental em diversos Estados do Brasil. Foi fundador de várias ONGs, entre elas o Instituto Physis- Cultura & Ambiente do qual, atualmente é Diretor Presidente.

Andréa RABINOVICI, Universidade Federal de São Carlos

Mestre em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo – PROCAM-USP; Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais pela UNICAMP. É Professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde é pesquisadora do Laboratório de Ecoturismo, Percepção e Educação Ambiental – LEPEA. É Diretora de Projetos do Instituto Physis Cultura Ambiente. É co-editora executiva da Revista Ambiente e Sociedade. Tem experiência na área de Educação, Turismo e Meio Ambiente com ênfase em Educação Ambiental, atuando principalmente com os seguintes temas: ONGs, ambientalismo, ecoturismo, sustentabilidade, educação ambiental, vivências na natureza e Unidades de Conservação.

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Publicado

2008-08-17