Redes protocooperativas
a nova arquitetura do poder informacional e seus impactos técnicos e cognitivos
Palavras-chave:
Redes sociais; protocooperação; Inteligência artificial; Algoritmos; Desinformação; Economia da atençãoResumo
Este artigo analisa o fenômeno das redes sociais protocooperativas, no qual plataformas digitais, embora formalmente concorrentes, cooperam de maneira indireta por meio da replicação massiva de conteúdos, da ação de algoritmos de recomendação e do uso crescente de inteligência artificial generativa. A replicação interplataforma transforma fluxos comunicacionais em estruturas redundantes, concentrando poder informacional em poucos intermediários e reduzindo a diversidade de vozes e perspectivas. O estudo discute ainda os impactos cognitivos, sociais e democráticos desse modelo: sobrecarga informacional, reforço de bolhas, manipulação algorítmica e vulnerabilidade sistêmica. Também aborda as implicações técnicas e energéticas dessa expansão, como o crescimento exponencial do armazenamento de dados e o aumento do consumo elétrico. Conclui-se que as redes protocooperativas não são um desvio, mas uma nova forma de organização comunicacional, exigindo respostas regulatórias e sociais à altura de sua complexidade. Com a proposição de caminhos para mitigar tais riscos, com foco em transparência algorítmica, descentralização, educação midiática, IA ética e incentivos à produção original.
