MEMÓRIAS MARGINALIZADAS: REFLEXÕES SOBRE POBREZA URBANA, CULTURA E GÊNERO

Resumo

Os conceitos e noções tradicionalmente fixados na Geografia e na ciência moderna em geral, provém majoritariamente de percepções de mundo eurocentradas, logo, heteronormativas, brancas, burguesas e patriarcais. No mesmo sentido, tais percepções materializam-se nas simbologias dos espaços urbanos, refletindo os valores e desejos das culturas hegemônicas na sociedade. Na tentativa de romper com estas visões, o presente artigo propõe a renovação e, portanto, a subversão das lógicas que fixam essas bases na ciência e sociedade, indicando novas categorias de análise para a compreensão da pobreza urbana, a partir das questões de gênero que permeiam a temática, destacando memórias e identidades invisibilizadas nos contextos latino-americanos. Baseado em um levantamento e aprofundamento teórico e metodológico, predominantemente feminista e decolonial, a análise divide-se em duas seções principais, sendo a primeira focada em discutir as relações entre pobreza urbana, cultura e gênero e a segunda destinada a refletir sobre as memórias marginalizadas através do conceito de patrimônio-territorial.