ENTREVISTA COM O PROFESSOR ARIOVALDO UMBELINO DE OLIVEIRA

Autores

  • Thiago Sebastiano Melo UNESP - Campus de Rosana

Resumo

T.S.M. – Bom, professor, eu queria que o professor falasse como se construiu a sua trajetória de estudos sobre a questão agrária e especificamente sobre os assentamentos de reforma agrária. A.U.O. – Bem, foi uma opção que eu fiz na universidade, quando eu ingressei na década de 80, em função de uma opção pessoal; que eu tinha estudado na minha tese de doutorado a teoria de Von Thünen aplicada à agricultura e, na realidade, dei prosseguimento. O estudo dos assentamentos veio por conta do surgimento desse processo de luta do campesinato brasileiro, que redundou em ações organizadas através de processos de ocupações e acampamentos, e que foram desembocar na origem do próprio MST [Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra]. Não é? As ações de ocupações de terras não começam com o MST, elas são anteriores ao MST. No caso aqui de São Paulo, o movimento de ocupação iniciou-se na fazenda aqui em Sumaré, próximo a Campinas, com o surgimento do movimento de sem terra de Sumaré, que fizeram a primeira ocupação em 1982, portanto, dois anos antes de se originar o MST. O Bernardo Mançano Fernandes, nos seus trabalhos de mestrado e doutorado em que ele analisa a história do MST, ele coloca a origem lá na fazenda em Andradina, como tendo sido a origem do MST em São Paulo. Mas na realidade a luta em Andradina é uma luta anterior à existência de ações organizadas em São Paulo, e evidentemente não há uma ligação orgânica entre a luta de Andradina e a origem do MST em São Paulo. Eu penso que a origem mesmo está em Sumaré, no Movimento de Sem Terra de Sumaré, que fez varias ocupações e que teve papel importantíssimo na década de 80 e 90, e até hoje ainda tem ações, embora eles na década de 90 deixaram de estar organicamente ligados ao MST.

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Publicado

2014-02-09

Edição

Seção

Entrevistas