PERCEPÇÃO E FENOMENOLOGIA: EM BUSCA DE UM MÉTODO HUMANÍSTICO PARA ESTUDOS E INTERVENÇÕES DO/NO LUGAR

Autores

  • Angelo Szaniecki Perret Serpa

Palavras-chave:

Lugar. Geografia Humanística. Geografia da Percepção. Autogestão. Participação.

Resumo

RESUMO . O presente artigo discute a contribuição da Fenomenologia e da Geografia Humanística e da Percepção para os estudos do lugar, refletindo também sobre os possíveis subsídios e aportes teórico-metodológicos para novas práticas de planejamento urbano, regional, paisagístico e ambiental. Especial atenção é dada à fenomenologia de Husserl, Merleau-Ponty e Bachelard e à discussão sobre o conceito de "lugar", baseada em autores como Tuan, Relph, Dardel e Holzer. Na segunda parte do trabalho são apresentados estudos de caso, buscando a articulação entre teoria e metodologia empírica, mostrando também as limitações e possibilidades do uso da Fenomenologia e da Geografia da Percepção e do Comportamento nos estudos dos lugares contemporâneos. Acredita-se que as pesquisas aqui apresentadas podem embasar cientificamente uma prática de planejamento baseada nos mecanismos de autogestão e participação, entendendo os "lugares" como espaços de vivência e áreas prioritárias de intervenção. Concorda-se aqui com GOODEY & GOLD (1986) que, com relação à orientação para a política de planejamento, o impacto global dos estudos e pesquisas da Geografia Humanística e da Percepção foi menor que o esperado. Mas, segundo os mesmos autores, quando vistos nos termos mais gerais de oferecimento de conhecimento útil que possa ser aplicado na prática, os resultados são mais encorajadores. Isto pode ser ilustrado pela referência ao design urbano e ao planejamento urbano-regional; nessas profissões tem havido um inegável interesse em questões típicas da geografia do comportamento e da percepção. Palavras-chave: Lugar. Geografia Humanística. Geografia da Percepção. Autogestão. Participação. The present paper considers the contribution of Phenomenology and Humanistic Geography/Perception for the studies of place. It reflects the possible subsides and theoretical/methodological approaches to the new practices of urban, regional, landscaping and environmental planning. It's given special attention to Husserl, Merleau-Ponty and Bachelard approaches on Phenomenology. A discussion is made about the "place" concept, based on works by Tuan, Relph, Dardel e Holzer. On the second part of this paper we present case studies in which we look for an association between theory and empiric methodology. It also shows its limitations and possibilities in studies of contemporary places while using Phenomenology and Perception Geography/Behavior. It's believed that the research here presented may give a solid scientific basis to a planning practice based on self-managing and participation mechanisms, understanding places as "common living spaces" and priority intervention areas. We agree with GOODEY and GOLD (1986) that say, relating to the orientation to planning politics, that the global impact of the studies and research on Humanistic Geography and Perception was less than expected. But according to the same authors, there are encouraging results, as they are seen as a general useful knowledge contribution that may be used in a practical way. This may be illustrated with reference to urban design and urban regional planning. In such professional areas that has been a great interest in typical matters of Geography of Behavior and Perception. Keywords: Place. Humanistic Geography. Geography of Perception. Self-managing. Participation

Biografia do Autor

Angelo Szaniecki Perret Serpa

É professor titular de Geografia Humana da Universidade Federal da Bahia (por concurso público específico da matéria, realizado em 2012); pesquisador com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq (nível 1B); doutor em Planejamento Paisagístico e Ambiental pela Universitaet Für Bodenkultur Wien (1994), com pós doutorado em Estudos de Organização do Espaço Exterior e Planejamento Urbano-Regional e Paisagístico realizado na Universidade de São Paulo (1995-1996) e em Geografia Cultural e Urbana realizado na Université Paris IV (Sorbonne/2002-2003) e na Humboldt Universität zu Berlin (2009). Tem experiência nas áreas de Geografia e de Planejamento, com ênfase em Geografia Urbana, Geografia Regional e Geografia Cultural, Planejamento Urbano, Planejamento Regional e Planejamento Paisagístico, trabalhando principalmente os seguintes temas de pesquisa: teoria e método em geografia, espaço público, periferias urbanas e metropolitanas, manifestações da cultura popular, identidade de bairro, cognição e percepção ambiental, apropriação sócio-espacial dos meios de comunicação, estratégias de regionalização institucional, empreendedorismo popular e bairros empreendedores. É docente permanente nos Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, instituição na qual também é editor responsável pela Revista GeoTextos.

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Publicado

08-09-2016

Como Citar

Serpa, A. S. P. (2016). PERCEPÇÃO E FENOMENOLOGIA: EM BUSCA DE UM MÉTODO HUMANÍSTICO PARA ESTUDOS E INTERVENÇÕES DO/NO LUGAR. OLAM: Ciência & Tecnologia, 1(2). Recuperado de https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/olam/article/view/11751