EFEITO ESTUFA, REFLORESTAMENTO E SEQÜESTRO DE CARBONO NO BRASIL: CONSERVAÇÃO AMBIENTAL OU CO2LONIZAÇÃO?

Autores

  • Eloy Fassi Casagrande Jr. Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET-PR

Palavras-chave:

efeito estufa, sequestro de carbono, conservação ambiental

Resumo

RESUMO As evidências sobre o aumento da concentração dos gases que provocam o aquecimento global decorrente das atividades humanas relacionadas ao intensivo uso de energia proveniente da queima de combustíveis fósseis - o Efeito Estufa, forçaram com que os todos os países membros da Organização das Nações Unidas aceitassem formatar o Protocolo de Kioto, onde se discutiram regras, penalidades e mecanismos de controle para a redução de emissões de gases-estufa, principalmente de CO2. Foi acordado que a redução média dos gases do efeito estufa a ser alcançada por países industrializados no período de 2008 a 2012, seria de 5,2% aos níveis de 1990. Para isso, criou-se o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), definido como um mecanismo de “cooperação internacional” que deverá permitir que um país rico ou indústria possa investir, por exemplo, no reflorestamento de um país pobre em troca de continuar poluindo. Medidas como esta são discutíveis quanto a sua eficácia para estabilização do clima, visto que muitos cientistas são céticos sobre a ideia de que gases do efeito estufa serão absorvidos por florestas. Multinacionais do petróleo, companhias de energia e empresas energo-intensivas e automobilísticas não demonstram urgência em fazer investimentos para as necessárias transformações de suas plataformas tecnológicas e produtos. Ao invés disto, transformam o carbono em nova commodity negociável por áreas de florestas tropicais em um “mercado livre”. Críticas estão sendo feitas as parcerias que estão sendo estabelecidas entre companhias multinacionais, como American Electric Power, Texaco, Britsh Petroleum, Peugeot, General Motors, entre outras, com organizações-não-governamentais “ambientalistas” no Brasil para a compra de áreas degradas que pretendem ser recuperadas e assim ceder os créditos aos seus investidores. Para contenção do efeito estufa, especialistas renomados na área de energia e ONGs com outro entendimento do que é conservação ambiental, alertam que os investimentos em projetos de seqüestro de carbono deveriam ser revertidos para a produção de energias renováveis como a solar, eólica, biomassa, pequenas hidroelétricas, das marés e outras. Segundo o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás - CEPEL, calcula-se que há uma capacidade de 143 mil Megawatts de produção de energia eólica no Brasil que não é aproveitada. Somente os ventos da Região Sudeste têm potencial para gerar 29.700 MW --- mais do que duas hidrelétricas de Itaipu (12.600 MW). Palavras-chave: efeito estufa; sequestro de carbono; conservação ambiental. ABSTRACT The increase in atmospheric gases’ concentration derived from human activity mainly through the burn of fossil fuels (the global warming) was the issue of the Kioto Protocol, forged 1997 in Japan, at the 3o Conference of the Parties, conducted by the United Nations Organization. The Protocol seeks to cut emissions of greenhouse gases by about five per cent from 1990 levels by 2012. In order to make it achievable it was created the Clean Development Mechanisms (CDM), a so-called flexible mechanisms to help countries reach emissions targets without trimming output, promote investments by firms or governments in developing countries and could include reforestation and afforestation projects to help absorb carbon dioxide, the main greenhouse gas. Transnational corporations and accountancy firms have already set up different lobby groups because they are foreseeing ways to make money in multi-billion-dollar emission-trading-game. The strategy adopt by the corporations is to establish partnership with environmental non-governmental-organizations (NGOs) to acquire huge land areas in developing countries, in order to implement the so-called carbon sinks, which eventually will account in carbon credits for the investors. These commercial transactions have been criticised by environmentalists and scientists who concern about the effectiveness of the carbon sinks to combat the climate change. Its also allow companies, especially from the energy, oil and automotive sector, not to make investments in clean technology and renewable energy production --- a real step up to reduce the greenhouse effect. For instance, in Brazil, the partnership between international companies such as Texaco, American Electric Power, General Motors, Peugeot Citroen and others, with Brazilian and international environmental NGOs had acquired more than 100 thousands hectares in tropical forest areas, such as the Amazon Forest and the Atlantic Forest. Some Brazilian environmentalists are calling it a kind of neo colonialism or CO2lonialism! Specialists of the renewable energy sector in Brazil are saying that the money have been spent in these transactions could be invested in successful measures to reduce global warming based on solar and wind energy generation. A study from the Brazilian Electrical Energy Research Center (CEPEL), shows that the country has a capacity to have installed 143 thousands MW of wind energy converters. This capacity is the double of the today installed capacity, by means of mainly hydropower, but also thermopower plants in Brazil. Keywords: global warming; carbon sinks; environmental conservation.

Biografia do Autor

Eloy Fassi Casagrande Jr., Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET-PR

PhD em Meio Ambiente e Desenvolvimento Professor do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia - PPGTE Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET-PR

Publicado

19-09-2016

Como Citar

Casagrande Jr., E. F. (2016). EFEITO ESTUFA, REFLORESTAMENTO E SEQÜESTRO DE CARBONO NO BRASIL: CONSERVAÇÃO AMBIENTAL OU CO2LONIZAÇÃO?. OLAM: Ciência & Tecnologia, 2(2). Recuperado de https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/olam/article/view/11807