Impacto do treinamento resistido na força e hipertrofia muscular em HIV-soropositivos

Autores

  • Ciro José Brito Departamento de Educacao Fisica, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE
  • Edmar Lacerda Mendes Departamento de Ciências do Esporte, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG
  • Aparecido Pimentel Ferreira Universidade Paulista, Departamento de Educação Física, Brasilia, DF
  • Sérgio Oliveira De Paula Departamento de Biologia Geral, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Vicosa, MG
  • Otávio de Toledo Nóbrega Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília, DF
  • Cláudio Olavo Córdova Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Católica de Brasília, Brasilia, DF

DOI:

https://doi.org/10.5016/3945

Palavras-chave:

Terapia Anti-Retroviral de Alta Atividade. Síndrome de lipodistrofia associada ao HIV. Terapia por exercício. Antropometria.

Resumo

O presente estudo investigou o efeito de 24 semanas de treinamento resistido (TR) sobre a força e hipertrofia muscular de pacientes HIV-soropositivos. Participaram deste estudo 45 voluntários submetidos à terapia antirretroviral fortemente ativa (HAART), destes, 23 realizaram 3 sessões semanais, com 10 repetições a 80% 1RM. O teste de 1RM foi realizado de acordo com a metodologia proposta por Kraemer e Fry (1995), para estimativa da hipertrofia muscular adotou-se as equações de Frisancho (1984). Em comparação aos valores, o TR melhorou a força de 1RM nos exercícios de agachamento em 49% (21,0±4,9 vs. 31,2±5,1; P=0,001), supino reto em 13% (34,3±8,1 vs. 39,8±9,4; P=0,04), cadeira extensora em 34,1% (26,3±7,1 vs. 37,1±6,6; P=0,01), tríceps em 51% (22,9±4,0 vs. 38,3±4,9; P=0,001), pulley costas em 31,5% (31,7±3,9 vs. 41,7±4,4; P=0,01), cadeira flexora em 37,2% (18,9±3,4 vs. 27,3±3,2; P=0,01) e rosca bíceps em 60% (27,9±6,9 vs. 40,4±4,5; P=0,001). Não foram observadas diferenças (P<0,05) entre os valores basais e finais para o grupo controle. Observou-se aumento significativo (P<0,05) na área muscular do braço isenta de massa óssea, no grupo TR (52,8±14,5 cm2) em relação ao controle (39,5±12,4 cm2). Ademais, o TR resultou em significativa (P<0,05) redução da glicemia sanguínea de jejum (96,5±18,3 vs. 90,5±12,6), pressão arterial sistólica (126,3±14,3 vs. 120,0±10,0) e circunferência de cintura (83,0±12,5 vs. 80,6±10,2). Conclui-se que seis meses de TR resultaram em melhora na força e hipertrofia, ademais, o treinamento aplicado contribuiu para a regulação das variáveis metabólicas dos pacientes. Uma vez que a HAART é inevitável ao HIV-soropositivo, recomenda-se que o exercício físico seja realizado no intuito de dirimir os efeitos colaterais advindos desta terapia.

Biografia do Autor

Ciro José Brito, Departamento de Educacao Fisica, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE

graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (2002), graduação em Bacharelado em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (2002), mestrado em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (2005) e doutorado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília (2010). Atualmente é professor da Universidade Federal de Sergipe e orientador do Programa de Pós-graduação Stricto Senso em Educação Física (Mestrado). Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Fisiologia do Exercício, atuando principalmente nos seguintes temas: hidratação, composição corporal, treinamento, judô, imunologia e avaliação do treinamento.

Edmar Lacerda Mendes, Departamento de Ciências do Esporte, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG

Mestre em Ciência da Nutrição e Doutor em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Federal de Viçosa. Professor Adjunto II e Coordenador do Departamento de Ciências do Esporte da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Atua no Curso de Graduação e Pós Graduação stricto sensu em Educação Física da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Aparecido Pimentel Ferreira, Universidade Paulista, Departamento de Educação Física, Brasilia, DF

possui Especialização em Treinamento Desportivo, Mestrado e Doutorado em Educação Física pela UCB. É Professor da Universidade Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN. Professor e Pesquisador da Universidade Paulista - UNIP. Professor e Coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa - NIP das Faculdades Promove de Brasília / Instituto Superior de Educação - ICESP. Tem experiência na área de Treinamento Desportivo, Avaliação Funcional, Fisiologia Humana e do Exercício e Atividade Física para Populações Especiais (cardiopatas, diabéticos, obesos e hipertensos).

Sérgio Oliveira De Paula, Departamento de Biologia Geral, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, Vicosa, MG

mestrado (2001) e doutorado (2004) pelo Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada - Bioagentes Patogênicos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP. Atualmente é professor adjunto IV da Universidade Federal de Viçosa. Tem experiência na área de microbiologia e imunologia, atuando principalmente nos seguintes temas: dengue, vacina, diagnóstico molecular, bacteriófagos e expressão heteróloga de proteínas.

Otávio de Toledo Nóbrega, Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília, DF

graduado em Ciências Biológicas, Doutor em Patologia Molecular pela UnB e UCLA/EUA. Professor Adjunto - nível 3 da Fundação Universidade de Brasília. Credenciado a orientar mestrado e doutorado pelos Programas de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Faculdade de Medicina (FM/UnB) e em Ciências da Saúde da Faculdade de Saúde (FS/UnB). Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB-DF). Atua em temas como Epidemiologia, Genética Humana, Biotecnologia e Imunologia aplicadas aos campos da Geriatria/Gerontologia e Saúde Coletiva. Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

Cláudio Olavo Córdova, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Católica de Brasília, Brasilia, DF

possui licenciatura em Educação Física (UCB), mestrado e doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Professor/Pesquisador no Programa Strictu Sensu em Educação Física e Saúde e Coordenador dos cursos Latu Sensu em Fisiologia do Exercício e Educação Física Escolar- UCB. Tem experiência na área de Neurociências com ênfase nos efeitos do exercício físico em sistemas de memória e atenção; Adaptações do exercício físico sobre mediadores inflamatórios periféricos em idosos; Efeitos do exercício físico sobre a capacidade fagocítica de monócitos e neutrófilos em modelo humano e animal.

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Publicado

2013-04-29

Edição

Seção

Artigo Original