Economia política do futebol e a construção de uma psicosfera de reafirmação do neoliberalismo no Brasil
Abstract
O futebol profissional configura-se como um fenômeno econômico e ideológico no contexto da globalização, articulando-se a partir do meio técnico-científico-informacional. Este estudo investiga a formação da economia política do futebol e sua relação com a reafirmação da ideologia neoliberal, explorando a tecnosfera e a psicosfera do esporte. Utilizando o materialismo histórico-dialético como método, a pesquisa analisa o espaço geográfico como um sistema de objetos e ações, conforme proposto por Milton Santos. O desenvolvimento de um mercado globalizado do futebol foi impulsionado pela modernização das infraestruturas de transmissão e pelo crescimento da financeirização dos clubes, especialmente na Europa. A análise revela que a tecnosfera do futebol, composta por transmissões, clubes e grandes corporações, produz uma psicosfera que reforça a hegemonia europeia e naturaliza práticas neoliberais. Elementos como a desregulamentação trabalhista, a financeirização dos clubes e o consumo esportivo estruturam essa lógica, impactando a organização do futebol brasileiro. Conclui-se que enquanto mercadoria, o futebol não apenas reflete, mas também contribui para a disseminação de preceitos neoliberais, influenciando as subjetividades e reproduzindo desigualdades na economia global do esporte.
Palavras-chave: futebol; economia política; neoliberalismo; globalização; psicosfera.
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Estudos Geográficos: Revista Eletrônica de Geografia, Rio Claro, SP, Brasil - eISSN: 1678—698X está licenciada sob Licença Creative Commons