ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA REGIÃO DE MARÍLIA, SP: SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS EROSIVOS FRENTE AO HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO DA ÁREA

Autores

  • Maria Ângela BEZERRA Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, SEESP
  • Mario Lincoln de Carlos ETCHEBEHERE Centro de Pós-graduação e Pesquisa, CEPPE, Universidade Guarulhos
  • Antonio Roberto SAAD Centro de Pós-graduação e Pesquisa, CEPPE, Universidade Guarulhos / UnG.
  • Fabio da Costa CASADO Laboratório de Geociências, LabGeo, Universidade Guarulhos / UnG.

Palavras-chave:

dinâmica externa, erosão, análise geoambiental, Planalto Ocidental Paulista, regolito, suscetibilidade à erosão.

Resumo

A região de Marília situa-se no Planalto Ocidental Paulista, e compreende um substrato formado por rochas do Grupo Bauru (Cretáceo Superior), recobertas, localmente, por sedimentos neocenozóicos que incluem terraços aluviais pleitocênicos, aluviões atuais, colúvios e regolitos arenosos espessos, fruto de alteração pedogenética. Em termos geomorfológicos destacam-se duas grandes superfícies planálticas: a de cimeira (P1), representada pelo Planalto de Marília, e a rebaixada (P2), ambas em processo de dissecação. Esta região foi ocupada de forma intensa a partir de 1920, com desmatamento acelerado, seguido da implantação de lavouras de café, algodão, amendoim e milho. O desmatamento executado, aliado à suscetibilidade natural do substrato à erosão, e o desrespeito à capacidade de suporte do solo, conduziram à degradação da área por processos acelerados de dinâmica superficial. A análise geoambiental executada permitiu identificar que os materiais mais suscetíveis a sofrerem processos erosivos são, nas encostas, os solos residuais do substrato arenoso, os mantos coluvionares e os depósitos de terraço, e, nos fundos de vale, os aluviões atuais ou subatuais, nos trechos onde tenha ocorrido incisão recente do talvegue. O quadro mais crítico está no contexto do sopé da escarpa do Planalto de Marília, onde há concentração de águas superficiais. A substituição das lavouras pela pecuária bovina e as medidas de contenção dos processos erosivos adotadas (terraceamentos, plantio em curvas de nível, construção de bacias de contenção de enxurradas, revegetação de encostas desnudas) contribuíram, sobremaneira, para a estabilização dos processos erosivos e, por conseqüência, para a diminuição gradual do entulhamento das calhas fluviais. A permanência de alguns focos de erosão demonstra, por outro lado, a necessidade de monitoramento contínuo dos processos de dinâmica superficial, com pronta intervenção (medidas reparadoras), sob risco da recidiva desses processos de erosão e assoreamento. Palavras-chave: dinâmica externa; erosão; análise geoambiental; Planalto Ocidental Paulista; regolito; suscetibilidade à erosão.

Biografia do Autor

Mario Lincoln de Carlos ETCHEBEHERE, Centro de Pós-graduação e Pesquisa, CEPPE, Universidade Guarulhos

Possui graduação em Geologia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP (1979), mestrado em Geologia Regional pela Universidade Estadual Paulista - UNESP (1990) e doutorado em Geologia Regional pela Universidade Estadual Paulista - UNESP (2000). Atualmente é coordenador do Comitê de Pesquisa - CP da Universidade Guarulhos, membro do Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Guarulhos, coordenador do PIBIC-CNPq/UnG - cota Universidade Guarulhos; editor-adjunto da Revista UnG - Geociências, docente e pesquisador do Centro de Pós-graduação e Pesquisa - CEPPE da Universidade Guarulhos - UnG. É lider do Grupo de Pesquisa "Análises Ambientais". Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia Regional, atuando principalmente nos seguintes temas: neotectônica, paleossismologia, exploração mineral, morfometria fluvial e análises geoambientais.

Antonio Roberto SAAD, Centro de Pós-graduação e Pesquisa, CEPPE, Universidade Guarulhos / UnG.

ossui graduação em Geologia pela Universidade de São Paulo (1971), mestrado em Geociências (Geologia Sedimentar) pela Universidade de São Paulo (1977) e doutorado em Geologia Regional pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1991). Atualmente é professor adjunto doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e professor titular da Universidade Guarulhos. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Análise de Bacia e Geologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: Bacia do Paraná, Bacias de São Paulo e Taubaté, e Qualidade de Águas em Microbacias do Município de Guarulhos, Estado de São Paulo.

Fabio da Costa CASADO, Laboratório de Geociências, LabGeo, Universidade Guarulhos / UnG.

Possui graduação em Ciências Biologicas pela Universidade Guarulhos (2002) e Mestrado em Análise Geoambiental nessa IE (2009), desenvolvendo projeto com enfâse em Sedimentologia e Neotectônica. Atualmente é técnico de nível superior do Laboratório de Geociências da Universidade Guarulhos (UnG). Tem experiência na área de Geociências, atuando nas áreas de Paleoartropodologia, Neotectônica e Sedimentologia e na área de CIências Biológicas em Artropodologia.

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