ESTUDO DA DINÂMICA DOS SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO DO ESTUÁRIO DO RIO ARARANGUÁ (SC): POSSÍVEIS EFEITOS DA DRENAGEM ÁCIDA DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO DE CARVÃO

Autores

  • Mariana Afonso Abade COUCEIRO Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Carlos Augusto França SCHETTINI Instituto de Ciências do Mar; Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

floculação, sedimentos finos, tanque anular.

Resumo

O estuário do rio Araranguá é formado pela confluência dos rios Itoupava e Mãe Luzia. O primeiro drena áreas com atividades agropecuárias enquanto o segundo drena também áreas de atividades de mineração e processamento de carvão. Um dos impactos ambientais decorrentes desta última é a formação de drenagem ácida, onde o pH dos cursos de água podem ficar abaixo de 4. O baixo pH da água tem efeito floculante sobre os sedimentos em suspensão, e as águas provenientes do rio Mãe Luzia são desprovidas de sedimentos em suspensão, ao contrário do rio Itoupava. A confluência da água de ambos produz a floculação dos sedimentos em suspensão do rio Itoupava, acelerando a decantação ao longo do estuário. O objetivo do presente estudo é avaliar a capacidade floculante das águas do rio Mãe Luzia quando esta se mistura com as águas do rio Itoupava, e comparativamente com a água do mar. Foi utilizado um tanque anular para simular condições de escoamento contínuo, dentro do qual foram realizadas misturas entre as águas dos rios, avaliando o efeito do pH e da salinidade, separadamente e em conjunto. Durante cada experimento a velocidade do escoamento foi controlada para diminuir e aumentar em intervalos regulares de tempo. A concentração de sedimentos em suspensão foi monitorada continuamente com sensores de turbidez. Para cada passo de velocidade amostras de água do tanque foram extraídas para determinação da dimensão dos flocos e sua velocidade de decantação em uma coluna de decantação. Os principais resultados indicam que a formação de macro-flocos e sua decantação ocorrem principalmente quando a velocidade abaixa de 15 cms-1, e, inversamente, quando a velocidade aumenta acima de 15 cms-1 os flocos são ressuspendidos destruídos. A contribuição de água do rio Mãe Luzia, mesmo em pequena proporção, produz o mesmo efeito floculante que a mistura com salinidade de um. Palavras-chave: floculação, sedimentos finos, tanque anular.

Biografia do Autor

Mariana Afonso Abade COUCEIRO, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

possui graduação em Oceanografia pela Universidade do Vale do Itajaí (2006). Mestrado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Atualmente é aluna do Curso de Especialização em Medição, Análise, Previsão e Modelagem do Nível do Mar no Instituto Oceanográfico da USP.

Carlos Augusto França SCHETTINI, Instituto de Ciências do Mar; Universidade Federal do Ceará

Oceanógrafo pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1991), mestrado em Geociências (Geoquímica) pela Universidade Federal Fluminense (1994) e doutorado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Atuou como professor/pesquisador na Universidade do Vale do Itajaí entre 1994 e 2009. É professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFRGS desde 2006. Atualmente é Professor no Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (LABOMAR-UFC). Os principais interesses em pesquisa estão relacionados com hidrodinâmica e processos de transporte em estuários e águas costeiras associadas, embora também atue em estudos interdisciplinares em bacias hidrográficas e plataforma continental. O objetivo geral é a conceptualização dos modos de transferência de massa na interface continente-oceano.

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Publicado

2010-08-27

Edição

Seção

Artigos