SULCOS DE ORIGEM GLACIAL EM ARENITOS NEOCARBONÍFEROS DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA, SUDESTE DO PARANÁ

Autores

  • Fernando Farias VESELY Universidade Federal do Paraná

Resumo

Este trabalho relata a descoberta de uma superfície de erosão glacial intraformacional em arenitos neocarboníferos na região do Parque Estadual de Vila Velha, borda sudeste da Bacia do Paraná. Os arenitos constituem-se de duas facies principais: 1) arenitos grossos com estratificação cruzada e 2) conglomerados com gradação normal, clastos acima da média dispersos e feições de corte e preenchimento. A superfície glacial contém estrias, sulcos e cristas lineares e paralelos, com largura de até 20 cm e relevo máximo de 10 cm. Seixos ocorrem imersos no arenito, permitindo inferir o sentido de seu alojamento e consequentemente fluxo glacial de sudoeste para nordeste. Mediante comparação com exemplos do registro pleistocênico, a associação de fácies pode ser interpretada como leque proglacial subaquoso desenvolvido na frente de uma geleira marinha em retração. As feições erosivas foram geradas por gelo em movimento sobre um leito inconsolidado. A ausência de deformação glácio-tectônica e a natureza subaquosa das fácies são sugestivas de erosão por icebergs. Modelo similar é considerado para interpretar a gênese de outras ocorrências de superfícies estriadas intraformacionais no sudeste do Paraná, tendo em vista que as características diagnósticas e o padrão de orientação das lineações são compatíveis com feições de arrasto de icebergs quaternárias descritas na literatura. Palavras-chave: Grupo Itararé, Carbonífero, superfícies estriadas, arrasto de icebergs.

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