O GRUPO ITARARÉ (NEOCARBONÍFERO-EOPERMIANO) ENTRE PORTO AMAZONAS (PR) E MAFRA (SC): SEDIMENTAÇÃO GRAVITACIONAL EM CONTEXTO MARINHO DELTAICO COM INFLUÊNCIA GLACIAL

Autores

  • João Filipe SUSS
  • Fernando Farias VESELY
  • Amanda SANTA CATHARINA
  • Mario Luis ASSINE
  • Paulo Sérgio Gomes PAIM

Resumo

Depósitos de fluxos gravitacionais na seção permocarbonífera da Bacia do Paraná são há muito conhecidos, todavia carecem de estudos mais detalhados visando a caracterização de fácies, dos processos e do contexto deposicional. Depósitos de transporte em massa (MTDs), na forma de fluxos de detritos (debris flows), deslizamentos (slides) e escorregamentos (slumps), compõem de maneira significativa a sucessão estratigráfica do Grupo Itararé na região compreendida entre Porto Amazonas (PR) e Mafra (SC), na borda leste da Bacia do Paraná. A análise de fácies e levantamento de perfis verticais resultou na discriminação de quatro associações de fácies. A associação A1 compreende depósitos lamosos, acumulados em ambiente marinho profundo e influenciados por gelo flutuante. As associações A2 e A3 representam depósitos provenientes de fluxos gravitacionais de massa (MTDs) e de sedimentos (turbiditos) respectivamente. A associação B é constituída por arenitos ligados a processos trativos, e foi interpretada como depósitos deltaicos. O empilhamento estratigráfico é caracterizado por sucessões progradacionais cíclicas, em que a associação A é superposta pela associação B. Nesse contexto, sucessivos avanços de sistemas deltaicos com alta taxa de sedimentação foram provavelmente o mecanismo desencadeador da instabilidade de taludes deposicionais e disparo de fluxos gravitacionais. MTDs demonstram importante aplicação na reconstrução paleogeográfica.

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Publicado

2015-01-13

Edição

Seção

Artigos