Efeitos do treinamento físico de alta intensidade sobre aspectos endócrino-metabólicos de ratos Wistar

Autores

  • Gustavo Puggina Rogatto Laboratório de Investigação e Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico - Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.5016/1273

Palavras-chave:

Treinamento físico intenso. Metabolismo. Estresse.

Resumo

O presente estudo teve como objetivos: 1) investigar as adaptações endócrino-metabólicas, relacionadas ao metabolismo de carboidratos e proteínas, em ratos submetidos ao treinamento físico de alta intensidade; 2) analisar as inter-relações dessas adaptações com os mecanismos de estresse em condições de repouso e de exercício físico agudo. Ratos machos jovens Wistar foram divididos em 4 grupos: SR - animais sedentários mantidos em repouso; SA - animais sedentários submetidos ao exercício agudo; TR - animais treinados mantidos em repouso; TA - animais treinados submetidos ao exercício agudo. Os grupos TR e TA efetuaram um treinamento físico que consistiu na realização de 4 séries/10 saltos em tanque com água, com sobrecarga equivalente à 50% da massa corporal, 5 vezes/semana, durante 6 semanas. Na 5a semana os animais foram submetidos aos testes de tolerância à glicose (GTT) e insulina (ITT), teste de carga e ácido vanilmandélico (AVM). Ao final da 6a semana os animais dos grupos sedentário e treinado foram sacrificados nas condições de repouso e de exercício agudo para a avaliação dos seguintes parâmetros bioquímicos: ACTH, corticosterona, AGL, insulina e glicose séricos; glicogênio hepático, muscular e cardíaco, proteína e DNA muscular; colesterol e ácido ascórbico da adrenal; e histológicos como a medida da área adrenal. Os resultados foram analisados por teste t-Student, ANOVA, e teste post-hoc de Bonferroni onde apropriado e nível de significância pré-fixado em 5%. Os resultados indicaram que o treinamento não resultou em modificações significativas no comportamento da glicose e insulina do soro durante o GTT oral na condição de repouso. Contudo, a taxa de remoção de glicose durante o ITT do grupo treinado (T), foi maior que a do sedentário (S). O treinamento resultou em aumento dos estoques de glicogênio muscular, mesmo após a realização aguda do exercício, onde foi observada significativa mobilização deste substrato. Os grupos S e T apresentaram mobilização de substrato protéico após a realização aguda do esforço. O exercício agudo resultou no aumento da glicemia e redução da insulinemia dos grupos S e T. Os níveis de ACTH sofreram significativo aumento após esforço agudo, principalmente no grupo sedentário. Somente o grupo treinado mostrou aumento da corticosterona pós-exercício. Não foram encontradas diferenças nos teores de AVM urinário e no colesterol adrenal, bem como nas áreas medulares, corticais e totais desta glândula pelo efeito do treinamento. Os níveis de ácido ascórbico supra-renal apresentaram-se aumentados pela ação do exercício agudo em ambos os grupos experimentais. A partir da análise dos resultados, podemos concluir que: 1) o treinamento físico de alta intensidade promoveu aumento dos estoques energéticos no músculo dos animais; 2) a realização aguda do esforço favoreceu a mobilização glicídica e protéica no músculo, tanto no grupo S, quanto em T; 3) o exercício agudo promoveu redução da insulina, e aumento do ACTH séricos; 4) os animais S e T responderam de maneira diferente quanto aos hormônios de estresse após a realização aguda de esforço; 5) o treinamento físico proposto parece não resultar em quadro de estresse, mas na condição de exercício agudo modula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenais. Palavras-chave: treinamento físico intenso, metabolismo, estresse.

Biografia do Autor

Gustavo Puggina Rogatto, Laboratório de Investigação e Estudos sobre Metabolismo e Exercício Físico - Universidade Federal de Mato Grosso

possui graduação em Educação Física (Bacharelado) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998), mestrado em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001), doutorado em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004) e doutorado-sandwich em Children´s Nutrition pelo Baylor College Of Medicine (2003). Concluiu seu Pós-doutorado em Ciências da Motricidade no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2008) onde desenvolveu experimentos sobre os efeitos agudos do exercício físico intenso sobre o metabolismo muscular em ratos. Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal de Lavras. Também é professor convidado (sem vínculo empregatício) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, e professor colaborador do Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade de Brasília e dos Programas de Mestrado em Saúde Coletiva e Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso. Atua(ou) como consultor e/ou revisor nos periódicos Molecular and Cellular Biochemistry, Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Lecturas Educación Física y Deportes, Revista Saúde.com (Online) , Salusvita , Revista Brasileira de Fisioterapia , Journal of Diabetes and its Complications, Brazilian Archives of Biology and Technology, Brazilian Journal of Medical and Biological Research, Applied Physiology, Nutrition and Metabolism, Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, SaBios - Revista de Saúde e Biologia, Motriz e Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano . Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Atividade Física e Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: treinamento físico, atividade física, saúde, envelhecimento e fisiologia do exercício. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0132683039357314

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Publicado

2008-07-25

Edição

Seção

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