O corpo fala?

Autores

  • José Ângelo Gaiarsa USP - São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5016/6470

Palavras-chave:

Corpo, comunicação não-verbal e expressão corporal.

Resumo

Se o corpo não falasse a palavra não teria sentido. Seria como a fala de um robô, absolutamente sem expressão. Fala do hemisfério esquerdo! A interpretação do que fosse dito seria tão incerta quanto a interpretação de um texto. Seria pior: no escrito há sinais que indicam inflexões que um robô não reproduziria. Exclamações, vírgulas, interrogações, reticências e mais não são reproduzidas pelo robô. É falso que as palavras têm sempre o mesmo sentido – ou poucos sentidos (os do dicionário). Mais falso ainda que elas serão sempre entendidas do mesmo modo por várias pessoas – de qualquer idade ou classe social, em várias circunstâncias, em várias épocas. Cada ser enfático,pois os preconceitos em contrário são muito fortes: a semântica inteira (o significado das palavras!) depende do não verbal, da expressão do rosto, do tom da voz, dos gestos, da atitude, do tema em discussão, das circunstâncias e dos interlocutores.

Biografia do Autor

José Ângelo Gaiarsa, USP - São Paulo

Psiquiatra e escritor. Formado em medicina pela Universidade de São Paulo e especializado em Psiquiatria pela Associação Paulista de Medicina, foi o introdutor das técnicas corporais em psicoterapia no Brasil. Durante dez anos (de 1983 a 1993), Gaiarsa apresentou o quadro Quebra-Cabeça do Programa Dia-a-Dia, transmitido pela Rede Bandeirantes, em que analisava problemas emocionais contando sempre com a participação dos espectadores. O médico ainda era especialista em comunicação não verbal. Sua produções na área da psicoterapia têm contribuído para a produção científica e para a socialização dos conhecimentos científicos sobre temas como família, sexualidade e relacionamentos amorosos.

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