A REGENERAÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA FLORESTA ESTADUAL EDMUNDO NAVARRO DE ANDRADE, RIO CLARO – SP

Autores

  • Denise ZANCHETTA Instituto Florestal do Estado de São Paulo
  • Leila Cunha de MOURA UNESP - Rio Claro, SP
  • Edgar Fernando de LUCA Instituto Florestal do Estado de São Paulo

Palavras-chave:

Estrutura de Populações. Floresta Plantada. Fragmento Florestal. Sub-bosque. Regeneração Natural. Vegetação Secundária.

Resumo

A Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade - FEENA, em Rio Claro – SP, é uma unidade de conservação (UC) gerenciada pela Fundação Florestal conforme Decreto nº 51.453 de 31 de dezembro de 2006 e Resolução nº 16, de 03 de março 2007. Com área de 2.235,14 ha, em quase toda a sua extensão reflorestada com espécies do gênero Eucalyptus. O presente trabalho foi realizado no interior de um talhão de Eucalyptus tereticornis - T45, com 6,65 ha, plantado em 1915. Esse plantio sofreu desbastes periódicos, exibindo atualmente, um sub-bosque semelhante àquele de matas mesófilas semidecíduas, de ocorrência comum no interior de São Paulo. Nesse estudo, foram analisadas a estrutura de tamanho e a distribuição espacial de seis espécies arbóreas, que se desenvolvem no sub-bosque do fragmento, a saber: Conchocarpus pentandrus (A. St. Hill.) Kallunki e Pirani, Galipea jasminiflora (A. St. Hill.) Engl e Metrodorea nigra St. Hil. (Rutaceae), Trichilia catigua Juss., Trichilia elegans Juss. (Meliaceae) e Holocalyx balansae Mich. (Fabaceae - Caesalpinioideae). Ao longo de três trilhas distribuíram-se aleatoriamente 25 parcelas de 10 m x 10 m. Em cada parcela foram levantados indivíduos pertencentes as seguintes classes de tamanho: plântulas e jovens (≤ 1 m), pré-adultos (> 1 m ≤ 2 m) e adultos (> 2m). Os histogramas de classes de altura indicaram o potencial de regeneração de todas as espécies analisadas, apresentando uma curva “J reverso” típica. As espécies mostraram um padrão agregado de distribuição para a maioria das classes de tamanho, determinado através dos índices de Morisita e variância/média. Os indivíduos de Trichilia catigua, Trichilia elegans e Holocalyx balansae foram encontrados no interior de quase todas as parcelas. Já Conchocarpus pentandrus, Galipea jasminiflora e Metrodorea nigra formaram manchas restritas, ocorrendo somente em algumas parcelas alocadas na área de estudo. O levantamento das populações em questão mostrou que este fragmento apresenta condições favoráveis ao desenvolvimento de espécies secundárias e climácicas, como as estudadas aqui, que representam grupos sucessionais avançados e de valor no fornecimento de recursos para a fauna de polinizadores e frugívoros locais, bem como contribuem para a memória ecológica, através da possibilidade de formação de uma chuva sementes contínua capaz de colonizar fragmentos de matas e manchas sucessionais na paisagem.

Biografia do Autor

Denise ZANCHETTA, Instituto Florestal do Estado de São Paulo

Possui graduação em Biologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1989). Atualmente é pesquisadora Científica do Instituto Florestal do Estado de São Paulo da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Tem experiência na área de Manejo Florestal, com ênfase em Manejo de Áreas Protegidas. Atuando principalmente nos seguintes temas: invasão biológica por Pinus spp, avaliação de efetividade de manejo, regeneração natural e ecologia do estrato arbustivo-arbóreas de sub-bosque.

Leila Cunha de MOURA, UNESP - Rio Claro, SP

Possui graduação em Biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), mestrado em Ecologia pela Universidade de Brasília (1983) e doutorado em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (1999). Atualmente é professora assistente doutora (ms-3) da Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, Instituto de Biociências, Departamento de Ecologia (UNESP). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Sucessão Vegetal e Associações Interespecíficas, pesquisando principalmente nos seguintes temas:ecologia de comunidades, banco de sementes e de plântulas, regeneração natural, ecologia de espécies arbóreas, mata estacional semidecidual,cerrado , mata Atlântica.

Edgar Fernando de LUCA, Instituto Florestal do Estado de São Paulo

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz / USP (1994), mestrado em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura / USP (1997) e doutorado em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura / USP (2002), sandwich com o Institut de Rechèrche pour le Development - IRD/França. Atualmente é pesquisador do Instituto Florestal do Estado de São Paulo. Tem experiência na área de Manejo Florestal, com ênfase em Manejo de Resíduos Vegetais e Solos e Nutrição de Plantas, atuando principalmente nos seguintes temas: formação e decomposição de serapilheira e qualidade física e química dos solos.

Downloads

Publicado

2012-01-01