Instrução verbal: solicitar foco de atenção não garante sua adoção e melhor desempenho.

Autores

  • Bettina Ried Escola Superior de Educação Física de Jundiaí, SP
  • Meico Fugita Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP
  • Andrea Michele Freudenheim de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP
  • Luciano Basso Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP
  • Umberto César Corrêa Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.5016/4191

Palavras-chave:

Atenção. Desempenho Psicomotor. Análise e Desempenho de Tarefas.

Resumo

Os objetivos deste estudo foram verificar: a) se a instrução verbal sobre o foco de atenção é adotada pelos sujeitos na execução da tarefa, b) o efeito do foco de atenção externo no desempenho no nado crawl; e, c) o efeito da redundância do enunciado da instrução na frequência de adoção do foco e no desempenho. Participaram do estudo 43 universitários de ambos os gêneros com idade entre 17 e 46 anos. A tarefa, nadar 25 m nado crawl em velocidade máxima, foi executada uma vez em cada uma de três condições: sem foco (SF), com instrução verbal com foco (CF) e com foco e redundância (CFR), em ordem contrabalanceada. Como registro de adoção de foco, após a execução o sujeito foi questionado sobre a efetiva adoção do foco de atenção solicitado. Como medida do desempenho, computou-se o índice de braçadas. Os resultados mostraram que nas condições CF e CFR, respectivamente, 23% e 42% dos sujeitos não adotaram o foco solicitado; que na condição CF há uma freqüência superior dos sujeitos que adotaram o foco solicitado em relação aos que não o adotaram, e que o desempenho não diferiu significativamente entre as três condições (p>0,05). Esses resultados confirmam a necessidade de incluir instrumentos de controle de adoção do foco de atenção em pesquisas em aprendizagem motora e desempenho sobre a eficiência do foco de atenção, além de mostrar que a relação entre redundância na instrução e desempenho merece ser mais investigada.

Biografia do Autor

Bettina Ried, Escola Superior de Educação Física de Jundiaí, SP

Licenciatura e Mestrado em Educação Física pela Universidade de São Paulo. Docente na Escola Superior de Educação Física de Jundiaí e membro do Laboratório de Comportamento Motor da Escola de Educação Física e Esportes da Universidade de São Paulo. Atuação no ensino e pesquisa de habilidades aquáticas e de Dança de Salão / Dança Esportiva; Aprendizagem Motora; História e Filosofia da Educação Física.

Meico Fugita, Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP

Licenciatura em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1978), mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2002) e doutorado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (2010). Experiência profissional em Educação Física e Esporte. Temas de estudo: fatores para aprendizagem motora e para participação de pessoas com necessidades especiais em atividades motoras.

Andrea Michele Freudenheim, de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP

Possui licenciatura em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1983), mestrado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1992), doutorado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1999) e, livre-docência pela Universidade de São Paulo (2008). Atualmente é professora associada da Universidade de São Paulo, sendo chefe do Departamento de Pedagogia do Movimento do Corpo Humano. Em relação à pesquisa, atua principalmente nos seguintes temas: aprendizagem motora, com ênfase em instrução, dicas, foco de atenção e prática, programa de ação e hierarquia; e, desenvolvimento motor, com ênfase em crianças com prejuízo motor (TDC). Orientadora de mestrado e doutorado da Escola de Educação Física e Esporte da USP.

Luciano Basso, Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP

Professor assistente no Dep. de Pedagogia do Movimento do Corpo Humano da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE-USP), membro do Laboratório de Comportamento Motor (Lacom-USP), Coordenador Pedagógico do Programa Brincar no Nuri (PBNURI), professor convidado do programa de pós graduação da Universidade Pedagógica de Maputo - Moçambique - Mestrado em Actividade Física e Saúde, coordenador do curso de Bacharelado de Educação Física da EEFEUSP e editor da área comportamental e pedagógica da Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Possui graduação em Licenciatura Plena em Educação Física pelo Centro de Educação Física e Desporto da UEL (1998), mestrado (2002) e doutorado (2010) em Educação Física pela Escola de Educação Física e Esporte da USP. Tem interesse de pesquisa nos seguintes temas: processos e mecanismos da aprendizagem motora; analise e diagnóstico da dinâmica do desenvolvimento motor, e elaboração de programas de educação física na infância

Umberto César Corrêa, Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, SP

Possui Graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes (1990), Especialização em Ginástica pela Universidade de Mogi das Cruzes (1992), Especialização em Ciências do Esporte pela Universidade de Educação e Cultura do ABC (1993), Mestrado em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista (1996), Doutorado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (2001), Livre-Docência pela Universidade de São Paulo (2007) e Pós-Doutorado pela Queensland University of Technoly, Austrália. Atualmente é Professor Associado da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, sendo presidente da Comissão de Pós-Graduação. Em termos de Intervenção Profissional tem experiência nas áreas de Educação Física Escolar e Educação Física na Adolescência. Em relação à pesquisa, atua principalmente nos seguintes temas: aprendizagem motora (processo adaptativo, prática, feedback, instrução, dicas, timing coincidente, especificidade da tarefa, habilidade motora e contexto, habilidade motora e hierarquia) e pedagogia da educação física e do esporte (métodos de ensino-treinamento, análise de jogo).

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Publicado

2012-04-27

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