COMPLEXIDADE: PERCALÇOS E TRAJETÓRIAS

Autores

  • Antonio Carlos QUEIROZ FILHO

Resumo

INTRODUÇÃO: O que é complexidade? Questão intrigante a que agora lançamos. Porém, antes de tentar responde-la, é importante enfatizar o caráter com que vem sendo utilizado este vernáculo. O que percebemos nos mais diversos trabalhos acadêmicos de hoje é a utilização a esmo do termo complexidade como sendo um reforço ao “modismo” conceitual. Sem o devido aprofundamento, as discussões, muitas vezes, ficam apenas na esfera do uso léxico e comprometem, deste modo, a qualidade dos trabalhos ora referidos. Por certo, a atividade acadêmica e os ditos cientistas que lançam mão da complexidade apenas como reforço aos slogans científicos, sem, contudo referenciar sua escolha – não no sentido de escolha de autor – no aspecto de reconhecer que desde o seu surgimento até os dias atuais, negam assim a longa jornada por ela percorrida. Por isso mesmo, é relevante colocar sob que contexto e sob quais perspectivas se está utilizando-a. Para isso, este ensaio se presta. É preciso, longe de lograr e reproduzir modismos acadêmicos, com efeito, refutá-los. E para o da complexidade, aqui buscamos demonstrar a correlação com o contexto histórico o qual surgiu; sua aplicabilidade naquele determinado momento e a trajetória por ela cursada, até chegar neste início de século XXI. Percorremos então uma longa jornada que nos leva desde a consolidação da separação entre “homem” e natureza, passando pela objetivação do conhecimento, o reforço à dicotomização, até chegar na indagação: por uma “nova aliança”? Diante disso recorremos ao diálogo com a geografia, como ciência do espaço, no sentido de que este – como produto e condição – reserva pelo seu entendimento a possibilidade de se reconhecer com maior evidência a complexidade. Isso porque é ele (o espaço) a materialidade e a materialização da relação que os homens realizam entre si e destes com a natureza, mesmo essa sendo manifesta ou não. Para tudo isso, seguimos sob as tortuosidades trilhadas por um fazer científico que delimitamos temporalmente àquele que compreende a transição entre uma ciência clássica e uma moderna, a fim de retirar dali as substâncias necessárias para tentar suprir as deficiências e lacunas que hoje surgem no que diz respeito à utilização da complexidade, seja como termo, método ou pressuposto.

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Publicado

2007-10-16

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Seção

Notas e Resenhas

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