Efeito da duração do intervalo entre saltos verticais: relação entre impulso concêntrico e duração do exercício

Autores

  • Gleber Pereira NAFES - Departamento de Educação Física - UNESP Rio Claro, SP

DOI:

https://doi.org/10.5016/1137

Palavras-chave:

Potência Crítica. Exercício intermitente. Exaustão. Salto com contra movimento.

Resumo

O modelo de potência crítica pode ser aplicado em várias modalidades esportivas realizadas de forma contínua (ex., corrida e natação) e intermitente (ex., corrida). Entretanto, nenhum estudo verificou a utilização do modelo de potência crítica para saltos verticais realizados de forma intermitente. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar se o modelo de potência crítica se ajusta para saltos verticais com contra movimento, realizado com diferentes durações de intervalos passivos entre cada salto vertical. Dez participantes se submeteram a quatro sessões experimentais realizadas em dias diferentes. As primeiras três sessões (S1, S2 e S3) foram utilizadas para determinar o intervalo crítico, que consistia em realizar saltos verticais (semelhante ao movimento de bloqueio no voleibol) sobre uma plataforma de força, com intervalos que variavam entre 4 e 7 s, até a exaustão (incapacidade de manter 95% da altura máxima do salto vertical por três vezes consecutivas). Para cada salto vertical foi determinado o impulso concêntrico através da integração da força de reação do solo vertical no tempo. Então, para cada sessão foi calculada a somatória dos impulsos concêntricos. Assumiu-se que essa somatória representava o trabalho externo total para elevar o centro de massa durante os saltos verticais. Assim, utilizando a equação matemática do modelo linear trabalho-tempo, foi estimado o intervalo crítico. A hipótese é que o intervalo crítico representaria o menor intervalo entre saltos verticais que possibilitaria a realização do exercício por tempo prolongado. Para testar essa hipótese, na 4ª sessão experimental (SIC), os participantes realizaram saltos verticais até a exaustão utilizando o intervalo critico. Em todas as sessões experimentais foram determinados o número de saltos verticais e a duração total do exercício (tempo entre o primeiro e o último salto vertical). O número de saltos verticais realizados em S2 (70 ± 28 saltos), S3 (105 ± 28 saltos) e SIC (171 ± 51 saltos) foram significativamente maiores que S1 (42 ± 14 saltos). Além disso, o número de saltos verticais realizados em S3 e SIC foram significativamente maiores que S2, sendo que SIC foi maior que S3. Com relação às variáveis durações do exercício (S1=171 ± 52 s; S2=346 ± 117 s; S3=610 ± 129 s e SCI=1304 ± 339 s) e somatórias dos impulsos concêntricos (S1=10.297 ± 3.508 N•s; S2=17.077 ± 6.386 N•s; S3=25.883 ± 7.188 N•s e SIC=45.377 ± 14.608 N•s), as diferenças significativas foram similares às obtidas na variável número de saltos verticais em todas as sessões. Além disso, foi observado elevado coeficiente de determinação (R2 = 0,99 ± 0,01) entre a somatória dos impulsos concêntricos e a duração dos exercícios utilizados na estimativa do intervalo crítico (7,4 ± 1,3 s). Portanto, o modelo de potência crítica pode ser utilizado para determinar o intervalo crítico em saltos verticais, sendo que o intervalo crítico representa o menor intervalo entre saltos verticais que induz a realização do exercício por tempo prolongado.

Biografia do Autor

Gleber Pereira, NAFES - Departamento de Educação Física - UNESP Rio Claro, SP

Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004) e, Doutor em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007). Atua na área de Educação Física, com ênfase em fadiga neuromuscular, atuando principalmente nos seguintes temas: ciclo de alongamento-encurtamento, potência crítica, coordenação e controle do movimento e, precepção subjetiva do esforço. Currículo Lattes; http://lattes.cnpq.br/0790397989788798

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Publicado

2008-07-25

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