DE PORTO CACAUEIRO A DESTINO TURÍSTICO: TRANSIÇÃO FUNCIONAL E PERMANÊNCIA DO ESPAÇO DERIVADO DE ITACARÉ, MUNICÍPIO DA REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA

Autores

  • Paulo Fernando MELIANI UESC

Resumo

Antigo porto cacaueiro, a cidade de Itacaré, município do Estado da Bahia, passa por uma transição sócio-espacial ao assumir, a partir dos anos 1990, sua atual função de destino turístico. Desde sua origem, o município assumiu funções tributárias que estabeleceram uma formação sócio-espacial derivada de outros lugares. Itacaré já nasceu tributário, quando o aldeamento indígena, criado no início do século XVIII, produzia alimentos para Salvador por imposição da Coroa Portuguesa. Com a introdução do cacau no sul da Bahia e a consolidação de sua cultura, Itacaré tornou-se importante porto cacaueiro, enviando as amêndoas produzidas em sua hinterlândia para Ilhéus e Salvador, de onde eram exportadas. Durante a primeira metade do século XX, a demanda estrangeira por cacau foi responsável pela produção do espaço geográfico do município. Depois de perder sua importância portuária, Itacaré viveu um período de isolamento agravado pela crise regional da economia cacaueira, notadamente a partir dos anos 1980. Com o turismo, a produção do espaço de Itacaré permanece derivada, pois as principais atividades econômicas continuam comandadas de fora do lugar, fato que impossibilita uma internalização significativa dos benefícios do desenvolvimento turístico. Além disso, o turismo tem promovido uma reorganização espacial pautada na expansão urbana e na degradação ambiental. Palavras-chave: formação sócio-espacial; organização do espaço; região cacaueira; Itacaré; Bahia.

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Publicado

2008-07-16

Edição

Seção

Artigos