A ORIGEM DAS PAISAGENS MUSICAIS: PAISAGENS SONORAS, AS QUATRO ESTAÇÕES DE VIVALDI E O ROMANTISMO

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DOI:

https://doi.org/10.5016/geografia.v47i1.16143

Resumo

O presente trabalho demonstra como a gênese das paisagens musicais foi altamente influenciada pela concepção pictural paisagística dos artistas da Renascença e pelas paisagens sonoras. A audição enquanto importante meio de apreensão da realidade capta sentimentos inscritos no espaço e realizam uma troca complexa constante entre o emissor e o receptor. A música, portanto, como manifestação sensitiva e sentimental dos artistas, revela um passado e uma condição que fazem ponte com o presente. A obra As Quatro Estações de Vivaldi (1723) trazia uma imitação da natureza, concebida como uma música programática, e a tratava como grande mãe provedora em uma visão lúdica e inocente do mundo. Já o Romantismo alemão afastou-se do ambiente externo, enclausurou-se em salas de concerto e abandonou o caráter de divertimento musical. Compositores como Beethoven, Schumann e Schubert privilegiaram a poética de paisagem, através do gênero musical lied, e passaram a descrever um mundo conhecido, vivido, próximo ao ouvinte. Não mais paisagens míticas ou eventos religiosos, o Romantismo alemão e o seu radicalismo marcaram o início de uma concepção de paisagem musical de inestimável valor para a Geografia.

Biografia do Autor

Ugo Pate Medeiros, Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio)

Mestrando no Programa de Pós-graduação em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio).

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Publicado

2022-03-04

Edição

Seção

Artigos