A REPRESENTAÇÃO DAS MASCULINIDADES NO LIVRO DIDÁTICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18675/1981-8106.v30.n.63.s13460

Palavras-chave:

Masculinidades, Masculinidade Hegemônica, Educação de Jovens e Adultos

Resumo

O presente trabalho pretendeu apresentar uma breve análise sobre como as masculinidades são representadas no livro didático da Educação de Jovens e Adultos. A pesquisa bibliográfica permitiu a compreensão de que a masculinidade se caracteriza por práticas sociais que definem os padrões de comportamento masculino e que a masculinidade hegemônica é o padrão que se encontra no topo das relações entre os indivíduos, exercendo coerção sobre as demais masculinidades. A coleta de dados ocorreu a partir da escolha de um livro didático adotado na rede municipal de Rio Claro, interior de São Paulo, do qual foram extraídas imagens que representavam homens e mulheres em atividades diversificadas. Tais gravuras foram categorizadas a fim de embasar e possibilitar a análise dos dados obtidos. Percebeu-se que o livro didático foi produzido a partir de aspectos lógico-formais, o que evidencia o caráter empírico da pedagogia tradicional e que, consequentemente, reproduz os valores de uma masculinidade hegemônica. Concluiu-se, ainda, que as práticas escolares, assim como os recursos, precisam adotar ações que estimulem a produção do pensamento teórico, possibilitando a formação de um indivíduo capaz de conhecer, refletir e agir sobre sua realidade.

Referências

AZEVEDO FILHO, D. S. de. Masculinidades Excluídas. In: AZEVEDO FILHO, D. S. de. Os bandidos na mesa do café. Vitória: Edufes, 2013. p. 87-90. Disponível em: http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/797/1/livro%20edufes%20os%20bandidos%20na%20mesa%20do%20cafe.pdf. Acesso em: 9 jun. 2018.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BOHNSACK, R. A. interpretação de imagens segundo o método documentário. In: WELLER, W.; PFAFF. Metodologias da pesquisa qualitativa em educação: teoria e prática. 3. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013.

CONNELL, R. Margin becoming centre: for a world-centred rethinking of masculinities. NORMA: International Journal for Masculinity Studies, v. 9, n. 4, p. 217-231, 2014.

CONNELL, R. W.; MESSERSCHMIDT, J. W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, abr. 2013.

DAVÝDOV V.V. Absolutización del pensamiento discursivo-empírico en la psicología pedagógica y la didáctica. In: Tipos de generalización en la enseñanza. Editorial Pueblo y Educación, Ciudad de La Havana, 2a. Reimpresión, 1982.

GUNTHER, Hartmut. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 22, n. 2, p. 201-209, ago./2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722006000200010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722006000200010&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 1 out. 2019.

PIERRO, M. C. Di; HADDAD, S. Transformações nas políticas de Educação de Jovens e Adultos no Brasil no início do terceiro milênio: uma análise das agendas nacional e internacional. Cad. CEDES, Campinas, v. 35, n. 96, p. 197-217, ago./2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/CC0101-32622015723758. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622015000200197&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 29 set. 2019.

FISCARELLI, R.B.O. Material didático: discursos e saberes. Junqueira & Marin editores, 2008.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

IBGE. PNAD Contínua 2018: educação avança no país, mas desigualdades raciais e por região persistem. Site do IBGE, 2018. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/24857-pnad-continua-2018-educacao-avanca-no-pais-mas-desigualdades-raciais-e-por-regiao-persistem. Acesso em: 10 out. 2019.

KIMMEL, M S. A produção simultânea de masculinidades hegemônicas e subalternas. Horizonte antropológico, Porto Alegre, v. 4, n. 9, p. 103-117, out./1998. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71831998000200007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71831998000200103&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 8 maio 2018.

KUPERS, T. A. Gender and domination in prison. New Eng. L. Rev. 427, 2017.

MILLS, M.; MARTINO, W.; LINGARD, B. Attracting, recruiting and retaining male teachers: policy issues in the male teacher debate. British Journal Of Sociology Of Education, [s.l.], v. 25, n. 3, p.355-369, set. 2014. Informa UK Limited. DOI: https://doi.org/10.1080/0142569042000216990. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/0142569042000216990. Acesos em: 6 maio 2018.

OLIVEIRA, R. P. Entre a fralda e a lousa: Um estudo sobre as identidades docentes em berçários. 2014. 173 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

SCHIPPERS, M. Recovering the feminine other: masculinity, femininity, and gender hegemony. Theory And Society, [s.l.], v. 36, n. 1, p.85-102, 15 fev. 2007. Springer Nature. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s11186-007-9022-4. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11186-007-9022-4. Acesso em: 10 abr. 2018.

SOUZA, S. E. O uso de recursos didáticos no ensino escolar. I ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAÇAO, IV JORNADA DE PRÁTICA DE ENSINO, XIII SEMANA DE PEDAGOGIA DA UEM: “INFANCIA E PRATICAS EDUCATIVAS”. Maringá, PR, 2007. Disponível em: http://www.dma.ufv.br/downloads/MAT%20103/2015-II/slides/Rec%20Didaticos%20-%20MAT%20103%20-%202015-II.pdf. Acesso em: 4 ago. 2020.

Publicado

2020-08-28

Como Citar

BAPTISTA, R. F. A REPRESENTAÇÃO DAS MASCULINIDADES NO LIVRO DIDÁTICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Educação: Teoria e Prática, [S. l.], v. 30, n. 63, p. 1–18, 2020. DOI: 10.18675/1981-8106.v30.n.63.s13460. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/13460. Acesso em: 28 mar. 2024.