A orientação e oportunidade no contato com a natureza na infância e fase adulta

Autores

  • Giovanna Morghanna Barbosa do Nascimento UFPI
  • Clarissa Gomes Reis Lopes UFPI
  • Carla Ledi Korndörfer UESPI

DOI:

https://doi.org/10.18675/2177-580X.2022-16488

Resumo

O distanciamento do ser humano à natureza tem sido referido na literatura pelo termo Extinção de experiência natural, como empecilho à conservação da biodiversidade, diante da crise socioambiental intensificada no último século. A mitigação do distanciamento pode focar em estudos sobre a infância, fase em que o indivíduo desenvolve sensibilidade e relações com o meio, direcionando seu comportamento quando adulto. Dessa forma, este estudo busca analisar como as experiências na infância influenciam o contato direto com a natureza na fase adulta, como o ambiente de vivência afeta tal contato com a natureza e quais fatores se relacionam à sua aproximação e/ou distanciamento. Este estudo descritivo quanti-qualitativo foi realizado através de entrevistas online com 50 estudantes de graduação da Universidade Federal do Piauí. Os resultados mostram que urbanização intensifica a falta de oportunidade do contato direto com a natureza, além da falta de tempo (causada pelo modo de vida das sociedades ocidentais) e distância aos lugares (percepção da natureza isolada do cotidiano e diminuição de espaços na cidade). A pesquisa demonstrou que crianças incentivadas ao contato com a natureza na infância, que visitavam e realizavam atividades no campo, apresentaram maior proximidade à natureza quando adultas. É possível mitigar o distanciamento à natureza na fase adulta, considerando também que direcionar esforços à orientação é mais efetivo que à oportunidade. No entanto, é necessário que tanto se promova mais áreas de interação urbano-natural (oportunidade), quanto medidas de sensibilização através da educação formal e não formal, integradas à mídia, academia e educação ambiental (orientação).

Biografia do Autor

Giovanna Morghanna Barbosa do Nascimento, UFPI

Mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente (MDMA - UFPI) e Licenciada em Ciências Biológicas (UFPI).

Clarissa Gomes Reis Lopes, UFPI

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Piauí (2003), mestre (2007) e doutora (2011) em Botânica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Atualmente é docente do curso de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e orienta no Programa de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA-UFPI). Realiza pesquisas principalmente na área de ecologia vegetal, conservação da natureza, regeneração de áreas antropizadas dos ecossistemas nordestinos e em etnoecologia e etnobotânica.

Carla Ledi Korndörfer, UESPI

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestrado e doutorado em Botânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora adjunta do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas e do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia (PROFBIO) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental Paulo Freire, Campus Heróis do Jenipapo, Campo Maior (PI).

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Publicado

2022-12-31

Edição

Seção

Artigos