MEDICINA POPULAR, CATOLICISMO RÚSTICO, AGROBIODIVERSIDADE: O AMÁLGAMA COSMO-MÍTICO-RELIGIOSO DAS TERRITORIALIDADES TRADICIONAIS NA REGIÃO DA SERRA DAS ALMAS, PARANÁ, BRASIL

Autores

  • Nicolas FLORIANI Universidade Estadual de Ponta Grossa
  • Maximillian Ferreira CLARINDO Universidade Estadual de Ponta Grossa
  • Adnilson de Almeida SILVA Universidade Federal de Rondônia
  • Adelita STANISKI Universidade Estadual de Ponta Grossa

Resumo

O texto explora as particularidades da medicina popular a partir do cotidiano da comunidade tradicional negra de Palmital dos Pretos. A comunidade rural pesquisada se insere no contexto da formação socioespacial da região da Serra das Almas, entre o primeiro e segundo planaltos paranaenses. Contra a invisibilização de seu modo de vida e pelo reconhecimento de seu território, a comunidade de origem negra adere-se à estratégia política de reconhecimento de seus direitos adotando a categoria jurídica de ‘Comunidade de Remanescentes de Quilombolas’, status jurídico-formal garantido pela legislação brasileira, desde 2007. Não obstante, práticas socioculturais tradicionais – compartilhadas entre as mulheres - tal como a medicina popular aderida ao catolicismo rústico são reproduzidas há mais de dois séculos pelas comunidades tradicionais da região, tecendo entre os territórios tradicionais (faxinalenses e da agricultura de roçado) elementos de reciprocidade que reforçam a solidariedade entre seus habitantes.O campesinato e as florestas, integram esses elementos em uma mesma matriz socioprodutiva regional (práticas agrossilvipastoris tradicionais), permeando as especificidades étnico-raciais de origem negra, cabocla e dos descendentes de europeus, miscigenando-as. Portanto, a reprodução da ‘cosmo-medicina-religiosa' praticada pelas benzedeiras em comunhão com a biodiversidade local dos territórios tradicionais, aparece como amálgama identitário das diversidades socioterritoriais tradicionais da região

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Publicado

2016-10-07

Edição

Seção

Artigos