OS BEBÊS NA CULTURA DE CRECHE: O LUGAR DE BERÇOS, FRALDAS, MAMADEIRAS, CHUPETAS E SUCATAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18675/1981-8106.v30.n.63.s13407

Palavras-chave:

Cultura de Creche, Bebês, Educação Infantil, História

Resumo

O texto tematiza a constituição de uma cultura de creche, explicitando singularidades da presença de bebês e crianças bem pequenas nesses espaços. Analisa práticas de atendimento em creches, buscando compreender como se operou o processo de institucionalização de bebês e crianças bem pequenas na década de 1980, período demarcado pela expansão da educação infantil no Brasil. Utiliza a análise documental e a história oral, via depoimentos de profissionais das creches e gestores. Segue uma perspectiva interdisciplinar, intercambiando história cultural e sociologia da infância. A cultura de creche delimita-se a partir de alguns contornos que a diferenciam da cultura escolar. O lugar social constituído para bebês e crianças bem pequenas no processo de institucionalização de creches pode ser simbolizado por berços, fraldas, mamadeiras, chupetas e sucatas e caracterizado como um lugar heterogêneo, múltiplo, expressando ao mesmo tempo uma política conformadora de corpos e uma cultura do encontro.

Referências

BARBOSA, M. C. S. Culturas escolares, culturas de infância e culturas familiares: as socializações e a escolarização no entretecer destas culturas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p. 1059-1083, out. 2007. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302007000300020. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2028100.pdf. Acesso em: 10 jul. 2013.

BARBOSA, M. C. S. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2006.

BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. Organização do espaço e do tempo na escola infantil. In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. (org.). Educação infantil – pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.

BENITO, A. E. El espacio escolar como escenario y como representación. Revista teias. Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 1-12, 2000. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/23853. Acesso em: 10 jul. 2013.

BENITO, A. E. Patrimonio material de la escuela e historia cultural. Revista Linhas, Florianópolis, v. 11, n. 2, p. 13-28, jul./dez. 2010. Disponível em: http://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/2125. Acesso em: 10 jul. 2013.

BENITO, A. E. Tiempo y educación. Notas para una genealogía del almanaque escolar. Revista de Educación, Espanha, n. 298, p. 55-79, mayo/ago. 1992. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/ejemplar/1993 Acesso em: 10 jul. 2013.

BONDIOLI, A.; MANTOVANI, S. Manual de educação infantil: de 0 a 3 anos - uma abordagem reflexiva. Porto Alegre: Artmed, 1998.

BRASIL. Práticas cotidianas na Educação Infantil – Bases para reflexão sobre as Orientações Curriculares. Projeto de Cooperação técnica MEC/Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica/UFRGS, 2009.

CERTEAU, M. A Invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 2012.

COUTINHO, A. M. S. O corpo e a ação social de bebês na creche. Poiésis. v. 4, n. 8, p. 221-233, jul./dez. 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.19177/prppge.v4e82011221-233. Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Poiesis/article/view/791. Acesso em: 13 abr. 2018.

FARIA, A. L. G. Educação Pré-escolar e cultura: para uma pedagogia da educação infantil. São Paulo: Cortez, 1999.

FARIA, A. L. G. Pedagogia do lugar: pequena coleção para colaborar na construção e ocupação dos territórios da infância. In: FARIA, A. L. G.; MELLO, S. A. (org.). Territórios da infância: linguagens, tempos e relações para uma pedagogia para as crianças pequenas. Junqueira & Marin: Araraquara, 2007.

FORNEIRO, L. I. A organização dos espaços na educação infantil. In: ZABALZA, M. A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.

GOTTLIEB. A. Para onde foram os bebês? Em busca de uma antropologia de bebês (e de seus cuidadores). Revista Psicologia USP. São Paulo, v. 20, n. 3, p. 313-336, jul./set. 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-65642009000300002. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/42002. Acesso em: 10 mar. 2018.

HORN, M. G. S. Sabores, cores, sons e aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, Vitória, v.1, n. 1, p. 9-43, jan./jul. 2001. Disponível em: http://www.repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/39195/Dominique%20Julia.pdf?sequence=1. Acesso em: 10 mar. 2018.

KUHLMANN JR. M. Infância e Educação no Brasil – uma abordagem histórica. São Paulo: Saraiva, 2004.

LEITE, M. M. Retratos de família. São Paulo: EDUSP/FAPESP, 2001.

NÖRNBERG, M. Do berço ao berçário. A instituição como morada e lugar de contato. Pro-Posições. Campinas, v. 24, n. 3, p. 99-113, set./dez. 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73072013000300007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73072013000300007&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 22 mar. 2017.

OLIVEIRA, Z. R. et al.. Creches: crianças, faz de conta & cia. Petrópolis: Vozes, 2003.

PESAVENTO, S. J. História Cultural: caminhos de um desafio contemporâneo. In: PESAVENTO, S. J.; SANTOS, N. M. W.; ROSSINI, M. de S. (org.). Narrativas, imagens e práticas sociais: percursos em história cultural. Porto Alegre: Asterisco, 2008.

PROUT, A. Reconsiderando a nova sociologia da infância. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 141, p. 729-750, set./dez. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cp/v40n141/v40n141a04.pdf. Acesso em: 4 out. 2017.

RICHTER, S. R. S.; BARBOSA, M. C. S. Os bebês interrogam o currículo: as múltiplas linguagens na creche. Educação, Santa Maria, v. 35, n. 1, p. 85-96, jan./abr. 2010. DOI: http://dx.doi.org/10.5902/198464441605. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1605. Acesso em: 4 out. 2017.

SARMENTO, M. J. A reinvenção do ofício de criança e de aluno. Atos de pesquisa em educação, Blumenau, v. 6, n. 3, p. 581-602, set./dez. 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.7867/1809-0354.2011v6n3p581-602. Disponível em: http://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/2819. Acesso em: 25 mar. 2014.

SARMENTO, M. J. Gerações de alteridade: interrogações a partir da Sociologia da Infância. Revista Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 91, p. 361-378, maio/ago. 2005. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-7330200500020000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/v26n91/a03v2691.pdf. Acesso em: 16 abr. 2017.

ROSEMBERG, F. A educação pré-escolar brasileira durante os governos militares. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 82, p. 21-30, –agosto. 1992.

SILVA, F. de C. T. Cultura escolar: quadro conceitual e possibilidades de pesquisa. Educar, Curitiba, n. 28, p. 201-216, 2006. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40602006000200013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n28/a13n28.pdf. Acesso em: 20 maio 2015.

STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. História, memória e história da educação. In: STEPHANOU, M.; BASTOS, M. H. C. Histórias e memórias da educação no Brasil. Vol. III: Século XX. Petrópolis: Vozes, 2005.

TRISTÃO, F. C. D. “Você viu que ele já está ficando de gatinho?” Educadoras de creches e desenvolvimento infantil. In: MARTINS, F. A. J. (org.). Criança pede respeito: temas em educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2005.

VIÑAO FRAGO, A. Historia de la educación y historia cultural: posibilidades, problemas, cuestiones. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, s/n, p. 63-82, set./dez. 1995. Disponível em: http://anped.tempsite.ws/novo_portal/rbe/rbedigital/RBDE0/RBDE0_06_ANTONIO%20VINAO_FRAGO.pdf. Acesso em: 20 maio 2015.

Publicado

2020-08-28

Como Citar

MACHADO CORTELINI CONCEIÇÃO, C. OS BEBÊS NA CULTURA DE CRECHE: O LUGAR DE BERÇOS, FRALDAS, MAMADEIRAS, CHUPETAS E SUCATAS. Educação: Teoria e Prática, [S. l.], v. 30, n. 63, p. 1–19, 2020. DOI: 10.18675/1981-8106.v30.n.63.s13407. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/13407. Acesso em: 29 mar. 2024.