Formação do Pesquisador em Ensino: grupos de pesquisa, ações colaborativas e construção da identidade
DOI:
https://doi.org/10.18675/1981-8106.v35.n.69.s17821Palavras-chave:
Formação para pesquisa. Programas de pós-graduação. Identidade de pesquisador.Resumo
Apresentamos uma discussão sobre a importância da trajetória formativa de pesquisadores da área de Ensino para a condução de pesquisas coerentes e o consequente avanço do campo. Para tanto, nos valemos de nossa experiência enquanto líderes de um grupo de pesquisa e de estudos e discussões de pesquisas já realizadas sobre a temática, incluindo também o campo da Psicologia. Destacamos a intensa demanda formativa desses profissionais, visto que a área apresenta tessituras com outras, além da coexistência de paradigmas de pesquisa distintos. Defendemos o potencial da participação em grupos de pesquisa colaborativos como meio pelo qual possam ser realizadas trocas de experiências e sentimentos, discussões voltadas para o aprofundamento teórico e metodológico, coerência dos designs de pesquisa e ajuste dos procedimentos. Nesse sentido, a vivência dos pós-graduandos em grupos colaborativos favorece processos de enculturação que delineiam a sua identidade como pesquisadores. Consideramos que estudos sobre a trajetória formativa são essenciais para a otimização do percurso acadêmico, o que impacta na qualidade das pesquisas. Elencamos direcionamentos que podem servir para nortear investigações que busquem aprofundar a discussão sobre a formação do pesquisador educacional.
Referências
AMANTES, A.; COELHO, G. R.; MARINHO, R. A medida nas pesquisas em educação: empregando o modelo Rasch para acessar e avaliar traços latentes. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, v. 17, n. 3, p. 657-684, 2015.
ALMEIDA, M. C.; BARBOSA, L. A. R. S.; EL-HANI, C. N.; SEPULVEDA, C. Pesquisa colaborativa: um caminho para superação da lacuna pesquisa-prática e promoção de desenvolvimento profissional docente. In: ALMEIDA, M. C; SEPULVEDA, C. (org.). Pesquisa colaborativa e inovações educacionais em ensino de biologia. UEFS Editora, 2016, p. 17-49.
BEBER, B.; SILVA, E.; BONFIGLIO, S. U. Metacognição como processo da aprendizagem. Rev. Psicopedagogia. v. 31, n. 95, p. 144-51, 2014.
CALDAS, M. P.; WOOD Jr., T. Identidade organizacional. Revista de Administração de Empresas, v. 37, n. 1, p. 6-17, 1997.
COELHO, G. R.; AMBRÓZIO, R. M. O ensino por investigação na formação inicial de professores de Física: uma experiência da Residência Pedagógica de uma Universidade Pública Federal. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 36, n. 2, p. 490-513, 2019.
COHEN, L.; MANION. L.; MORRISON, K. Research methods in education. London: Routledge. 2011.
DAMIANI, M. F. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios. Educar em Revista, Curitiba, n. 31, p. 213-230, 2008.
DESGAGNÉ, S. O conceito de pesquisa colaborativa: a ideia de uma aproximação entre pesquisadores universitários e professores práticos. Revista Educação em Questão, v. 29, n. 15, p. 7-35, 2007.
DINIZ-PEREIRA, J. E. Lentes teóricas para o estudo da construção da identidade docente. Educação em Perspectiva, v. 7, n. 1, p. 9-34, 2016.
FLORES, M. A. Discurso sobre o profissionalismo docente: paradoxos e alternativas conceptuais. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v. 19, n. 59, p. 851-870, 2014.
FREDRICKS, J. A.; BLUMENFELD, P. C.; PARIS, A. H. School Engagement: Potential of the Concept State of the Evidence. Educational Research, New York, p. 59-109, 2004.
GATTI, B. A. Formação de grupos e redes de intercâmbio em pesquisa educacional: dialogia e qualidade. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 30, p. 124-181, 2005.
GOLAFSHANI, N. Understanding reliability and validity in qualitative research. The Qualitative Report, v. 8, n. 4, p. 597-607, 2003.
GRECA, I. M. Discutindo aspectos metodológicos da pesquisa em ensino de ciências: algumas questões para refletir. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p. 73-82, 2002.
GUBA, E. G.; LINCOLN, Y. S. Competing paradigms in qualitative research. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. Handbook of qualitative research. Thousand Oaks, CA:Sage Publications, p. 105-117, 1994.
GUIMARÃES, A. P. M.; SARMENTO, A. C.; MUNIZ, C. R. R; EL-HANI, C. N. Grupos colaborativos para construção e aplicação de questões sociocientíficas na educação básica: possibilidades e desafios. In: CONRADO, D.; NUNES-NETO, N. (org.). Questões sociocientíficas: fundamentos, propostas de ensino e perspectivas para ações sociopolíticas. Edufba, 2018. p. 397-426.
IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
IZA, D. F. V., et al. Identidade docente: as várias faces da constituição do ser professor. Revista Eletrônica de Educação, v. 2, n. 8, p. 273-292, 2014.
KIRK, J.; MILLER, M. L. Reliability and validity in qualitative research. London: Sage, 1986.
LOOS, H. Atitude e desempenho em matemática, crenças auto-referenciadas e família: Uma path-analysis. Tese de doutorado não-publicada. Universidade de Campinas. São Paulo: UNICAMP, 2003.
MAZER, S. M.; MELO-SILVA, L. L. Identidade profissional do psicólogo: uma revisão da produção científica no Brasil. Psicologia: ciência e profissão, v. 2, n. 30, p. 276-295, 2010.
MOREIRA, M. A. Pós-Graduação e Pesquisa em Ensino de Ciências no Brasil. In: IV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 2003, Bauru [Anais...]. Bauru, 2003.
MORSE, J. M; BARRET, M.; MAYAN, M.; OLSON, K.; SPIERS, J. Verification strategies for establishing reliability and validity in qualitative research. International Journal of Qualitative Methods, v. 1, n. 2, p. 13-22, 2002.
NASCIMENTO, A. D. Formação em pesquisa na pós-graduação: práticas e desafios. A formação do pesquisador em Educação na Universidade do Estado da Bahia. Educar em Revista, Curitiba, v. 34, p. 19-33, 2018.
OLIVEIRA, Z. D. M. R. D.; SILVA, A. P. S.; CARDOSO, F. M.; AUGUSTO, S. D. O. Construção da identidade docente: relatos de educadores de educação infantil. Cadernos de pesquisa, v. 36, n. 129, p. 547-571, 2006.
PEREIRA, J. C.; TEIXEIRA, M., do R., F. O campo do Ensino de Ciências através da produção científica na Pós-graduação Brasileira com estrato de Excelência Acadêmica. Alexandria: R. Educ. Ci. Tec., Florianópolis, v. 14, n. 2, p. 27-46, 2021.
RODRÍGUEZ, S. N.; DAMÁSIO, B. F. Desenvolvimento da identidade e do sentido de vida na adolescência. Trabalhando com adolescentes: teoria e intervenção psicológica, v. 1, p. 30-41, 2014.
SANTOS, C. A construção social do conceito de identidade profissional. Interações: Sociedade e as novas modernidades, Coimbra, n. 8, p. 123-144, 2005.
SANTOS, F. M. T. dos, GRECA, I. M. Metodologias de pesquisa no ensino de ciências na américa latina: como pesquisamos na década de 2000. Ciência & Educação, Bauru, v. 19, n. 1, p. 15-33, 2013.
SERRA, A. S. V. O auto-conceito. Análise psicológica, Lisboa, v. 6, p. 101-110, 1988.
SILVA, A. L. D.; PADILHA, M. I. C. D. S.; BORENSTEIN, M. S. Imagem e identidade profissional na construção do conhecimento em enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, n. 10, p. 586-595, 2002.
SISTO, F. F.; MARTINELLI, S. C. Estudo preliminar para a construção da escala de autoconceito infanto-juvenil (EAC-IJ). Interação em Psicologia, v. 8, n. 2, p. 180-190, 2004.
STERNBERG, R. Psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
STRYKER, S. The profession: comments from an interactionist's perspective. Sociol. Focus, n. 12, p. 175-86, 1979.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Autores que publicam nessa revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores cedem os direitos autorais à revista, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação nesta revista.
b) A política adotada pela Comissão Editorial é a de ceder os direitos autorais somente após um período de 30 meses da data de publicação do artigo. Transcorrido esse tempo, os autores interessados em publicar o mesmo texto em outra obra devem encaminhar uma carta à Comissão Editorial solicitando a liberação de cessão dos direitos autorais e aguardar resposta.
c) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros softwares de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas. Os nomes e endereços de e-mail neste site serão usados exclusivamente para os propósitos da revista, não estando disponíveis para outros fins. This journal provides open any other party 
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons
